Me and my bass guitar
Reformar um instrumento às vezes é algo complicado para
algumas pessoas (músicos), ainda mais se esse músico tem uma relação de afeto
com seus “brinquedos”. Complicado no sentido de ficar realmente bom e não
alterar em demasia a alma do instrumento.
O instrumento em questão é um Pbass (apelidado por mim de Zeca)
da Squier comprado em 2005 por motivos de viagens e para ter um back-up para
meu Jbass 90 que já tinha passado por muitas roubadas ao longo dos anos.
Escolhi um Squier por que queria ter um instrumento com o
DNA da Fender, sem ter que desembolsar algumas centenas de reais em um instrumento que teria que se
pagar com aulas e gigs.
Como todos sabemos esse instrumento é uma segunda linha da
empresa americana, que ao longo dos últimos anos vem se preocupando em melhorar
seus produtos devido a enorme concorrência. Portanto a construção e o
acabamento são muito bem feitos e me agradaram em cheio deixando um ponto negativo
para a captação – que sendo um pouco fraca para meu gosto - já foi trocada
antes mesmo do baixo sair da loja por um jogo de caps. American vintage
originais.
Usei esse instrumento durante muito tempo tanto para
trabalhos como para aulas e nunca fiquei na mão, mesmo assim senti falta de um “J
na ponte”, lembrei que tinha um jogo novinho da Yamaha e levei para um grande
amigo Luthier aqui de São Paulo fazer a instalação.
Entretanto a instalação não ficou como eu queria, uma
simples ligação de captadores não tão bem feita não permitia usar o jogo
completo, ou seja, um P no braço e um Humbucker na ponte não rolaram juntos.
Isso deixou o baixo parado por um tempo e depois me levou a
tirar o jogo de captadores da ponte e voltar a usar somente o “P” do braço.
Mais tarde esse baixo, por influencia de escutar muito Jaco,
Tony Franklin e Steve Bailey, virou fretless e comecei minha BATALHA pela
entonação perfeita, oque me fez mais uma vez colocar um cap “J” na ponte e mais
uma vez não gostar do resultado. A chave de três posições que desta vez foi
colocada pouco abaixo dos caps não funcionava muito bem e mais uma vez o baixo
ficou parado por um bom tempo devido ao ruído ensurdecedor que proporcionava a
ligação feita no meu querido Pbass.
No final do ano passado conheci por intermédio do amigo
Jorge Pescara o Luthier de Itanhaém
Alexandre Paschalis, um cara meio louco que constrói TOUCHGUITARS com uma
perfeição e dedicação de um grande mestre, mesmo tendo só trinta e poucos anos.
Levei meu Pbass para sua Luthieria e lá contei a saga do meu querido amigo de quatro
cordas...
Passei para Alexandre oque sempre quis desse instrumento e Paschalis
muito atencioso anotou tudo o que era dito por mim. Depois de um mês de espera
o baixo foi entregue e para minha surpresa estava tudo conforme pedi.
Para o Captador da frente o Luthier confeccionou um duplo (J)
– segredo do luthier -- que pode ser usado como um single onde consigo os sons
à la Jaco, e na forma de Humbuck dando uma “engravidada” nos sons médios graves
e preservou intacto o som do (P) do braço – o som que tanto amo nesse
instrumento. Para controlar tudo isso uma chave de três posições mais os
controles de volume e tonalidade que todos conhecemos no velho Pbass.
De quebra refez toda a parte elétrica, trocando todos os
componentes que já estavam desgastados e fazendo uma blindagem primorosa que
deixou o baixo, que é totalmente passivo, sem chiado algum. Aqui foi um ponto
muito positivo para o trabalho dele, pois não existe nada que me irrite mais do
que aquele barulhinho de captador single. Para finalizar o acabamento que era
de – segundo Paschalis – cor de vassoura, deu espaço para um acabamento em Tom
de Mogno dando uma cara de instrumento Vintage.
Algo que parecia condenado a ficar parado em um canto da
minha casa está habilitado a estar comigo em todo e qualquer trabalho que
esteja envolvido.
Isso graças ao trabalho e dedicação de um profissional que
aos poucos já começa a ter seu nome reconhecido pelos grandes profissionais da
área.
Parabéns Alexandre Paschalis!!!!
https://www.facebook.com/alexandre.paschalis
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